O coração da agulha
Sempre as mulheres teceram,
porque sonham devagar e lento é o ritmo
com que cosem a tristeza com as cores da alegria.
Elas que não escolhem, mas são escolhidas,
não chegam a partir, são arrastadas para longe
onde fazem ninho para regressarem às cores da infância.
Mas cada sonho é tecido com os fios da montanha à vista,
ou a planície que calcorreiam com os passos.
A cada tapete a sua parte de sonho e de realidade,
como irmãs nascidas do sangue dos animais e do vermelho
dos cravos, do fulgor dos cavalos, da agilidade das gazelas,



