Eu era um outro

Eu era um outro, e via-me morrer
como se olha a sombra ao dormir.
A morte faz pavor ao coração
foge para trás dum espelho, e aquele sou eu.
Olho a vida e morre a vontade:
Façam o que quiserem mas, por favor, usai-me!
Chamai-me, chamai-me, oh gente, não me deixem dormir,
que esquecida sinto a minha história
e torno-me no homem do meu morrer...
Amor que vem até mim do luarejar,
oh alegria d'água que passa entre os vivos!