Sou
Puesia
Sou do fundo silêncio
Da província dos hortos
Sou do último aceno
A estes países mortos
Mas sou
Sou de uma alma ferida
Por assaltos covardes
Condenada e detida
Sem perdão sem alardes
Mas sou
Sou daquela água lesta
Que se arroja entre as farpas
Da sua história floresta
Ao longo das escarpas
E sou
És de uma terra de lendas
Nascido em meio à luz
Orla longe das sendas
Só fumaça te aduz
Mas és
És de um povo perdido
Em pedaços na história
Pelo mundo fugido
Impressões da memória
Mas és
Bruscamente despertas
Na manhã das carências
Quando soam os alertas
Pelas independências
E és
Somos do mesmo exílio
Entre um mundo demente
Minha fé cresce em brilho
E se irmana à tua mente
E somos
Amanhã juntaremos
As coroas da paz
Juntos nós cantaremos
A unidade se faz
Seremos
Seremos convidados
Ao íntimo do Ser
Povos miscigenados
Saberemos tecer
O devir