Abraço o tempo

Abraço o tempo e ele me transporta,
assim faz o vento quando te respira
e parece respirar do sopro dele.
Consciência maldita da história,
ar de gente morta ao sonhar,
mentira que te faz crer que é a vida
e é aquele nada que passa ao recordar,
paciência que do tempo é inimiga,
embaciar do sopro num espelho sem olhar.
Oh luz, que quando a vemos é já sombra,
dor do ser como ar já conhecido.
Eu olho e não olho, tacteio o silêncio,
reflexo do nada que faz do nada escutar.